sábado, 19 de abril de 2008

Este livro é a minha cobardia.

Não me indigno, porque a indignação é para os fortes; não me resigno, porque a resignação é para os nobres; não me calo, porque o silêncio é para os grandes. E eu não sou forte, nem nobre, nem grande. Sofro e sonho. Só lamento o não ser criança, para que pudesse crer nos meus sonhos.

Eu não me queixo pelo mundo. Não protesto em nome do universo. Não sou pessimista. Sofro e queixo-me, mas não sei se o que há de geral é o sofrimento nem sei se é humano sofrer.

Eu sofro, não sei se merecidamente. Eu não sou pessimista, sou triste.

Bernardo Soares / Fernando Pessoa.
do Livro do Desassossego. Trecho 127.
recortes meus.
http://vidaseverina.livejournal.com/97987.htm

Minha primeira participação no blog não podia ser com outro autor. Pessoa é o autor da minha vida, é a leitura que eu busco quando nada mais no mundo me repousaria. Um dos meus maiores medos é que ele esteja certo quando diz que "há momentos em que tudo cansa, até o que nos repousaria". Me cansar de Pessoa seria perder minha paz.

6 comentários:

Carolline disse...

Gostei!!
:D

Vítor C. disse...

urrul ! um bom começo então =)

Stranger disse...

Começou muito bem, caro amigo ...

Francesco disse...

Caramba VItor... muito bom... vou procurar esse livro pra ler !!!

Vítor C. disse...

bom, eu tou lendo esse livro há mais de um ano hahaha não consigo terminar.

ele é um livro que o pessoa nunca acabou de escrever, então são vários fragmentos independentes. eu leio um fragmento, dois, volto ao primeiro, leio o terceiro, volto, não consigo avançar na leitura.

mas é maravilhoso. recomendo pra ter o livro e ir lendo devagar mesmo.

Anônimo disse...
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