quarta-feira, 28 de maio de 2008

Venham com a criança para sairmos para o céu!

"Quando estávamos vivos, disseram-nos que quando morrêssemos iríamos para o céu. E disseram que o céu era um lugar de alegria e glória, e que passaríamos a eternidade em companhia dos santos e dos anjos louvando o Todo-poderoso, em estado de êxtase. Isso é o que nos diziam. E foi isso que levou alguns de nós a dar nossas vidas, e outros a passar anos orando em isolamento e solidão, enquanto toda a alegria de viver ia se perdendo, abandonada ao nosso redor, sem que jamais nos déssemos conta. "Porque a terra dos mortos não é um lugar de recompensa nem um lugar de punição. É um lugar de nada. Os bons vêm para cá da mesma forma que os maus, e todos nós definhamos aqui nessa escuridão para sempre, sem nenhuma esperança de libertação ou de alegria, de sono, de descanso ou de paz."

PULLMAN, Philip. A Luneta Âmbar. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

Para quem não conhece o autor, o inglês escreveu A Bússola Dourada (ou Bússola de Ouro), que recentemente virou filme. Na verdade, A Bússola Dourada é o primeiro livro da trilogia Fronteiras do Universo, sendo A Luneta Âmbar a terceira e magnífica parte dessa história.
O filme claramente não representa o imenso potencial do livro.
O primeiro da trilogia recebeu o Prêmio Guardian, o Prêmio Carnegie e foi eleito o melhor livro juvenil de 1996 no Reino Unido. O que eles não sabiam é que esse livro não era juvenil. A Faca Sutil, o segundo livro, foi eleito o melhor livro do ano no Reino Unido em 1997.
Já a Luneta âmbar foi considerado o melhor livro de 2001 e em 2002 alcançou a façanha de receber o Whitbread book of the year, o mais importante prêmio literário britânico. Foi assim que Philip Pullman, ateu assumido, alcançou um lugar bem perto de J.R.R Tolkien na literatura inglesa.
Um livro que começa como uma ingênua, bela e divertida aventura e leva a outros mundos, chegando a uma batalha entre a Autoridade e os rebeldes, podendo mudar o destino de todo o universo. Fantástico. É o que eu posso dizer.

Um comentário:

Stranger disse...

é. olha que o filme já é muito bom.