quarta-feira, 23 de abril de 2008


Pobreza é mais do que privação, é um estado de constante carência e aguda miséria, cuja degradação consiste em sua força desumanizadora; a pobreza é abjeta, porque submete os homens ao império absoluto de seus corpos, isto é, ao império absoluto da necessidade, como todos os homens a conhecem a partir de sua experiência mais íntima independente de todas as especulações. Foi sob o ditame dessa necessidade que a multidão acudiu ao apelo da Revolução Francesa, inspirou-a, impulsionou-a para a frente e, finalmente, levou-a à destruição, pois essa era a multidão dos pobres. Quando eles surgiram no cenário da política, com eles surgiu a necessidade, e o resultado foi que o poder do Antigo Regime tornou-se impotente e a nova república nasceu morta; a liberdade teve de render-se à necessidade, à urgência do próprio processo vital.

Hannah ARENDT. Da Revolução.
Brasililia: Editora UnB; São Paulo: Ática, 1990. [1ªed. Viking Press, 1963]. p. 48. BC UFES: 323.27 A681d

E ela continua e fala de Marx, de marxismo, de necessidade histórica e põe tudo o que você achava que sabia de ponta-cabeça.
A partir de agora, sempre que possível, vou adicionar o número de chamada do livro na Biblioteca da UFES. Acho que seria interessante se todos fizessem o mesmo, fica como um estímulo a mais.
Postei uma foto da belíssima porque não achei imagem do livro com resolução convincente.

3 comentários:

Francesco disse...

Muito legal esse fragmento Vitor!

Boa dica tb! Vou procurar os codigos dos meus proximos posts!

Falow!!!

Francesco disse...

Há... comecou a ler esse livro depois da aula do Fabio ou pelo tema revolução?

Falow!

Vítor C. disse...

pelo tema da revolução. acho que minha monografia vai ser sobre isso.

o geraldo já tinha indicado quando o fábio falou, mas foi mais um estímulo sem dúvida.