"Em suma, nunca se explica plenamente um fenômeno histórico fora do estudo de seu momento. Isto é verdade para todas as etapas da evolução. Tanto daquela em que vivemos como das outras. O provérbio árabe disse antes de nós: "Os homens se parecem mais com sua época do que com seus pais." Por não ter meditado essa sabedoria oriental, o estudo do passado às vezes caiu em descrédito."
Bloch, Marc Leopold Benjamin. Apologia da história ou o oficio do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar ed, 2001. p. 60.
Um pouco mais de Bloch. Comentei outro dia com o Batata que quando for dar minhas aulas, no primeiro dia vou passar esse livro e pedir fichado... depois conversamos sobre História ;) Sempre singelo, Bloch parece escrever o que meus olhos querem ler. Esse é mais que recomendável. Compre o seu, não é tão caro! Essa parte do livro me faz pensar como é dificil entender o homem de outra época. Logo, amigos do 2005/1, teremos muita dor de cabeça com nossas monografias!
2 comentários:
Preciso msm comprar este livro.
Só acho difícil seus alunos lerem realmente este livro, qdo vc for professor Tchesco. Ah não ser que seja professor de ensino superior, e olhe lá.
Do jeito que as coisas vão...
Contra a História-futilidade.
Só para complementar o que o Tchesco colocou, nessa mesma parte do livro que ele citou, Bloch diz que a "solidariedade das épocas tem tanta força que entre elas os vínculos de inteligibilidade são verdadeiramente de sentido duplo. A incompreensão do presente nasce fatalmente da ignorância do passado. Mas talvez não seja menos vão esgotar-se em compreender o passado se nada se sabe do presente" (BLOCH, Apologia, p.65).
É preciso ler o livro para compreender a argumentação dele, mas fica claro que o Bloch não pensa que a história se limita à futilidade do prazer do historiador, ela serve à compreensão do presente. E, mais que isso, a compreensão do presente é necessária para o bom entendimento do passado.
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